Perinity GRC

A chegada na Perinity: do caos ao primeiro impacto real

Empresa

Perinity GRC

Funções

Product Designer

Tempo

4 anos e 8 meses

Responsabilidades

Pesquisa
Benchmark
Design de iteração

UI Design

Protótipo
Front-end

Visão Geral

Quando cheguei na Perinity, fui apresentado ao AUDI Express GRC, um software robusto de governança, riscos e compliance (GRC) usado por grandes empresas para estruturar auditorias, controles, testes e programas de trabalho.

Um produto poderoso, mas que trazia um grande desafio: um Frankenstein tecnológico.

A plataforma ainda rodava em Java Spring, mas parte da equipe de tecnologia já iniciava a migração para Angular. O resultado? Uma mistura de código legado com iframes isolados — difícil de manter, difícil de escalar e, claro, difícil de usar.

Além disso, a operação interna sofria:

– Times trabalhando com “ágil de fachada”, mas quando a pressão batia, a solução era o famoso “Go Horse”;
– Fila de chamados e tickets de suporte sempre alta;
– SLA estourando com frequência, exigindo negociação direta com clientes insatisfeitos.

Era nesse cenário que eu iria atuar.

Estrutura dos times

Minha responsabilidade logo de cara foi apoiar e dar direção de design a quatro squads bem definidos:

Magos da Auditoria → tudo que envolvia auditoria, programas de trabalho e pontos de auditoria.
Cavaleiros do Risco → matriz de risco, controles, testes e sugestões.
Core Voador → módulos centrais como login, permissões, gestão de usuários, SSO e gestão de terceiros.
Tandrisquad → responsável pelo módulo de formulários, GCN e BIA.

Cada squad tinha em média 1 P.O., 1 Tech Lead, 4 Devs (2 front e 2 back) e 2 QAs. Eu atuava como ponto central de design, trazendo clareza, padronização e escalabilidade.

O primeiro choque de realidade

No meu primeiro dia, o Tandrisquad estava iniciando a planning para refatorar o módulo de formulários — um dos mais problemáticos da plataforma.
Era um recurso essencial, mas repleto de falhas: dificuldade para criar grupos de seções, lógica condicional quebrada, perda de dados que só podiam ser recuperados direto no banco e uma avalanche de chamados de clientes pedindo melhorias.

Quando vi o protótipo inicial, percebi na hora:
Confuso para os devs entenderem;
Difícil para os QAs testarem;
E ainda menos intuitivo para o usuário final.

Era a receita perfeita para repetir os erros do passado.

Principais Objetivos

01

Elevar a maturidade de design e produto

Evangelizar a cultura de design dentro da empresa, transformando a percepção de que “design é só tela” para uma disciplina estratégica capaz de guiar decisões de produto, reduzir riscos e aumentar o valor entregue ao cliente.

02

Acelerar o time-to-market sem perder qualidade

Estruturar processos de discovery, prototipação e validação que encurtassem ciclos de entrega — reduzindo projetos que levariam 12 meses para 3–6 meses, sem comprometer usabilidade ou escalabilidade.

03

Construir bases sólidas para escalar o SaaS

Criar e institucionalizar o Design System como pilar de consistência, produtividade e padronização — garantindo que devs, QAs e POs trabalhassem com mais clareza, menos retrabalho e foco em evolução contínua do produto.

04

Gerar impacto direto em métricas de negócio

Atuar como ponte entre design, produto e engenharia, sempre orientado por resultados: economia financeira (milhões poupados em refatorações e multas de SLA), aumento de NPS, redução de churn e conquista de novos contratos graças a uma experiência de produto mais clara e competitiva.

Pesquisa & Imersão

Ao acompanhar a planning, percebi que o módulo de formulários estava no caminho de repetir erros do passado. Antes de propor qualquer mudança, passei meus primeiros dias mergulhando no contexto:
Com essa visão consolidada, em 10 dias redesenhei completamente o projeto, apresentando uma solução mais modular, clara e escalável, que se tornaria a base do futuro Design System.

Apresentando a ideia

Apresentei primeiro para o P.O., William, que adorou — mas ficou receoso de que os devs e tech leads barrassem a proposta. Fomos juntos para a votação.

Para surpresa geral, o time abraçou a ideia.

Com essa visão consolidada, em 10 dias redesenhei completamente o projeto, apresentando uma solução mais modular, clara e escalável, que se tornaria a base do futuro Design System.

O Resultado

Desde esse dia, meu impacto foi sentido de forma imediata. Mas o mais importante foi o acúmulo de ganhos ao longo dos anos.

Atuando em múltiplos módulos e liderando a transformação do produto, conseguimos resultados expressivos.

Impacto Estratégico e Financeiro (4 anos)

Economia direta de R$ 3–4 milhões

resultado da eliminação de retrabalho, refatorações desnecessárias e redução de custos de squad por projeto (~R$ 276k/mês custo total da equipe de produto)

Redução drástica do time-to-market

módulos que antes levavam 6–12 meses passaram a ser entregues em 3–6 meses

Menos chamados e multas de SLA

queda expressiva em tickets de suporte, melhora no SLA e maior previsibilidade de entregas.

Apoio às vendas e novos contratos

usabilidade e design mais consistentes passaram a ser diferenciais em reuniões de vendas, ajudando no fechamento de contratos estratégicos.

Além do ganho prático, essa mudança consolidou uma cultura de design dentro da empresa — algo que não existia.

Passei a ser reconhecido como peça fundamental para alinhar produto, engenharia e negócio em torno de uma visão mais clara e escalável.

Conclusão

Em resumo: cheguei chutando o balde — mas para colocar ordem na casa. Essa trajetória inicial abriu espaço para a criação do Design System, para a modernização da plataforma e para a construção de uma cultura de design orientada a impacto de negócio.
PRÓXIMO PROJETO

A reinvenção do Módulo de Formulários